11 de dez. de 2007

Crentes Hipocritas

Os crentes não são pessoas muito amistosas. Qual a primeira imagem? Pessoas arrumadas de terno e roupas compridas. Mulheres que não penteiam o cabelo ou depilam suas pernas. Bíblia – e quanto maior melhor – em baixo do braço. Família junta caminhando rumo a igreja no domingo de manhã.Essa percepção infantil desaparece, à medida que passamos a conviver e nos tornamos um deles. Neste mês de dezembro, estou comemorando 10 anos de igreja. E a cada novo domingo, tenho vergonha de ser reconhecida como crente. Na verdade, é um momento de reflexão sobre o que isso significou até então e sobre o planejamento para o futuro.Não gosto da idéia de ser reconhecida como crente. Os crentes são chatos, mesquinhos, se pegam em detalhes inúteis e gastam seu tempo em conhecer ‘sabedorias’ tolas. Se preocupam com cargos, nomes e posições. Pregamos uma análise da Verdade, mas a vida do crente, pelo menos como as igrejas se estabelecem hoje, vivem algo que está longe da verdade. Uma espiritualidade vazia e sem sentido.Não consigo compreender uma assembléia onde a igreja aceita jogar no lixo R$ 200.000,000, (em um ano) e briga para retirar bolsas de estudo ou programas de assistência social. Ou uma igreja que discute perfil de pastor, exigindo que este seja íntegro, mas que permita práticas de outra ‘espiritualidade’ senão aquela que não está na Bíblia. Ou pessoas demasiadamente preocupadas com a forma, deixando de lado o amadurecimento e a cura das pessoas que estão ali.Crentes hipócritas, que não sabem o valor da palavra que carregam sob o suvaco esquerdo. Pessoas que discriminam: o diferente, o que tem problemas, o que não tem jeito e não se encaixa no padrão, os que ousam pensar um pouquinho e ver que o umbigo anda bem sujinho.Se isso tudo é ser crente, eu passo.Não quero ser isso tudo ai não.Mas é triste perceber, que, por estar no meio, o churume acaba infiltrando meu murinho, e eu repito comportamentos que não gostaria. E que já não fazia mais.Sei, que no meio do lixo, nasce vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você.

Eu não sou "Crente", tenho minha religião e desde sempre aprendi a respeitar todas as religiões.

Porém há algo sobre os "crentes" que me incomoda bastante. Se não pelas denuncias que aparecem na TV como também o perfil dos indivíduos. Ontem fui ao supermercado com minha mãe e tivemos que enfrentar uma daquelas filas enormes no caixa. Atrás de nós havia uma mulher 'crente' que não demorou para puxar assunto, o assunto somente foi puxado porque minha mãe possui um problema de pele. Ela tem vitiligo (a doença que o Michael Jackson tinha) e a mulher começou a indagar sobre a aparência da minha mãe, sugerindo que ela tinha uma vida ruim e demonstrou grande surpresa quando descobriu que eu era filha dela e que ela era casada a 20 anos com meu pai.
Não só eu como todos que ali ouviam inevitavelmente a conversa ficaram perplexos com o jeito da mulher.
Ela se referiu a minha mãe com repulsa como se ela fosse uma criatura digna de pena e nojo (literalmente disse que ela era feia e não sabia como havia se casado). Eu me senti péssima e perante a situação acabei por me calar de desgosto. Como uma pessoa como aquela que mais até do que os outros são educadas para crer em Deus, poderia estar fazendo minha mãe se sentir tão mal?
Até que minha mãe disse que o carácter, a índole de uma pessoa vale mais do que a beleza física, a profissão ou o que um individuo veste.
Naquele momento tive vontade de aplaudi-la, mas ao mesmo tempo foi a gota d'água, o respeito que eu tinha pelos evangélicos e "Crentes" em geral se foi pelo ralo.
Eu já tinha testemunhado e já tive alguns amigos crentes os quais de vez enquanto demonstravam comportamentos contraditórios, mais eu relevei. Desde ontem estou pensativa sobre isso.

E cheguei a conclusão que se Deus é pai, ele não se importa com o que você veste, qual é a sua profissão ou se você é perfeito esteticamente. Como meu pai, ele deve se importar somente com minhas escolhas, se importar se sou uma boa pessoa ou não.